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Palimpsesto

  • Foto do escritor: URRO
    URRO
  • 20 de ago.
  • 2 min de leitura

Animosias: quando a poesia se torna acontecimento

Por Daniel Soares e Aderval Borges


Entre palavra e imagem, entre som e movimento, nasce um território híbrido em que a poesia se reinventa: as Animosias. Essa forma de expressão parte do gesto de animar o poema, dar-lhe corpo, ritmo e respiração além do papel. Não se trata apenas de ilustrar versos, mas de expandir suas possibilidades estéticas por meio da animação, do vídeo e das artes digitais.


Na tradição da poesia visual, do concretismo e do videopoema, sempre existiu a busca por transbordar os limites da página. As Animosias caminham nesse mesmo impulso, tem a mesma pulsão, no entanto acrescentam à palavra poética a vibração do movimento, da cor e da sonoridade. Assim, a poesia deixa de ser estática e se torna experiência: um acontecimento que convida o leitor-espectador a sentir a linguagem em múltiplas camadas de delírio poético e visual.


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O conceito nasce de uma amizade entre nós. Começamos a experimentar juntos os caminhos da poesia lírica. Nos reuníamos em torno de palavras como quem revolve a terra à procura de sementes, cultivando anedotas, canções, chistes, jogos verbais, discursos inflamados, sinopses panfletárias, pichações de muro e hipérboles sem pudor. Tudo cabe nesse terreno fértil, onde a poesia se deixa contaminar pelas formas populares de expressão e pelas linguagens do cotidiano.


Dessas experimentações, nasce a ideia de deslocar o poema da página para o movimento. Nos últimos anos, temos nos dedicado a essa tarefa: animar versos, dar-lhes corpo e ginga em forma de imagem e som. As animações não são meras ilustrações, mas interpretações críticas e criativas da palavra alheia. Um gesto de leitura que é também reinvenção. Entre nós, cada obra surge como réplica e resposta, numa conversa em que texto e imagem se confundem até que já não se saiba quem completa quem.


A parceria de longa data é a mais constante, mas não se encerra nela. Outros poetas, como Maurício Simionato e Isabela Mendeleh também se juntaram a esse percurso, que mais do que resultados, valoriza o próprio processo. É nesse fluxo de colaboração que as Animosias se afirmam: não como um produto fechado, mas como diálogo vivo, poesia em estado de movimento, sempre por vir, a viajar no lombo do vento. Confira:




 















Daniel Soares é artista plástico

Aderval Borges é jornalista

 

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