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Palavrório

  • Foto do escritor: URRO
    URRO
  • 27 de nov.
  • 2 min de leitura

Castro Mendes Assombrado

Por Thiago de Souza


Que o Teatro Municipal José de Castro Mendes é o um importante teatro público de Campinas, ninguém duvida.


Que ele leva o nome de um grande jornalista, historiador, músico e pesquisador, também não há dúvida.


Mas o que pouca gente sabe é que ele é palco de assombrações!


Construído sobre um cemitério que acolheu parte da população campineira que foi dizimada pela varíola, a Vila Industrial também foi palco de uma chacina retratada e confirmada em várias ocasiões dos registros das histórias da cidade, conhecida como a massacre da Porteira do Capivara em detrimento a aplicação das forças nacionais para impedir a continuidade de uma greve geral da qual o município teve o seu protagonismo no ano de 1917.


Os fatos acima podem ser as justificativas que pretendemos alcançar para que os relatos de assombrações que acontecem nas sombras do Castro Mendes façam um certo sentido. Por mais que estes mesmos sentidos sempre se coloquem em cheque quando se trata das forças invisíveis que cercam o plano material.


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Ilustração do Matheus Hass, no livro Cidades e Medos - Assombrações de Campinas


Um dos relatos coletados no próprio Castro Mendes conta que um dos funcionários, ao servir-se de café, se assusta com um bater de portas, derruba a sua xícara e todo o líquido fica derramado pelo chão. Completamente sozinho na copa onde se encontrava, o espanto aumenta o tom quando percebe pegadas que se formaram com o café derramado sobre o assoalho como se alguém estivesse passando ao seu lado e saindo do cômodo onde se encontrava.


Fora os episódios recorrentes de avistamento de vultos, vozes e calafrios repentinos, os funcionários de manutenção do teatro também compartilharam uma outra história que foge das raias do bom senso.

Em mais um dia de trabalho, duas colegas responsáveis pela limpeza do Teatro ouvem, nitidamente, o estrondo de um vidro estilhaçado. Imaginando ser uma janela que se fechou com a força desmesurada do vento, percorrem os locais onde se localizam tais janelas para depois constatarem que não havia nenhuma quebrada.

Percorreram ainda os locais onde se poderia julgar que a queda de um pesado vaso pudesse causar um som similar, mas também nada foi encontrado.


Por fim, a investigação se mostrou inconclusiva e a falta de qualquer pista que pudesse sugerir tal barulho, coloca as colegas de trabalho atônitas por mais um acontecimento sem nenhuma explicação plausível, a não ser pela ocupação de forças invisíveis a dividirem e encenarem mais uma peça no espetacular palco do sobrenatural.

 


Thiago de Souza é roteirista, compositor e idealizador do projeto "O que te assombra?"

 


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