Editatorial
- URRO
- 4 de out. de 2021
- 1 min de leitura
Atualizado: 23 de jun. de 2022

Editorial Sentimental – Volume Único
Acima de tudo, e sempre: a mudança.
Ela se impõe, se achega, e feito um pássaro selvagem e trancafiado direciona a sua ventania contra as paredes da existência; até que um dia estraçalha toda a louça da casa dentro do peito da gente. Sua matéria-prima é o caco, seus motivos: o mundo.
Para mudar é necessário coragem, afinal a modernidade nos lega a segurança em detrimento do encanto e, em preto e branco, atravessamos a procela da vida com um gosto amargo de quero mais na boca. É preciso se arriscar, cruzar o viaduto de olhos fechados, embebedar-se de paixões e desespero em busca daquele segundo perdido no horizonte que faz tudo, absolutamente tudo valer a pena.
Em suma: é preciso estar vivo e não dar de comer aos urubus.
A décima edição da Revista URRO! não é apenas uma homenagem ao grande artista plástico e agitador cultural Fábio de Bittencourt, mas também um grito seco, um murro inesperado contra a moral estabelecida, o engravatado que sempre diz não e todo esse mecanismo de exploração e massacre que nos paralisa diante da impossibilidade através da ordem e do medo.
Se nosso homenageado viveu e criou como uma chama que se alastra pelas beiradas secas e disformes do mundo, a nossa edição não poderia ser nada menos do que dinamite pura, bruta e, é claro, sentimental.
Pela eternidade de Fábio Bittencourt, em defesa do sonho e tomados pela crença que move tanto os poetas e quanto os amantes, renascemos depois de um período sabático para uivar diante da lua em defesa do desvairismo, da beleza e da poesia.
Boa leitura!
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