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Editatorial

Atualizado: 13 de mar.

Preste Atenção: Urrai e Vigiai



Quando nos reunimos pela primeira vez, há quatro anos, para tramar sobre a criação de uma revista digital de cultura e artes que fosse contra o neofascismo que batia às nossas portas, a URRO! Contragolpe Cultural, ainda não tinha esse nome.


Conseguimos fazer só a primeira reunião presencial. Era março de 2020 e veio a pandemia. Junto com a pandemia, crescia exponencialmente o neofascismo em solo brasileiro. Saiam do armário as piores espécies de cidadãos, os autointitulados “cidadãos de bem”. Tanto o vírus da Covid 19 quanto a ignorância, o negacionismo e barbárie se expandiam na direção da morte e do sofrimento de pessoas.


Foi neste contexto que surgiu a ideia de batizar a revista como URRO! Contragolpe Cultural, que alinhava a ideia de soltar um grito de dor, ao mesmo tempo em que víamos a divulgação cultural e artística como uma forma de respiro em meio às máscaras e as más caras que mostravam as garras do autoritarismo intimidatório de extrema direita aliada à divulgação viral das inúmeras fake news.


A URRO! nasceu, portanto, em um ambiente altamente tóxico de medo, porém se agarrava a um fio de esperança. Quem, em sã consciência, poderia pensar em levar adiante a intenção de editar uma revista digital de cultura e artes com este cenário catastrófico. O resultado dessa soma de um governo reacionário e neofascista em meio à pandemia resultou em mais de 700 mil mortes, enquanto o idiota tragicamente eleito zombava na cara de familiares dos mortos, imitando pessoas sufocadas e bradando não ser um “coveiro”.


Não à toa, chegamos nos arredores deste 31 de março, data que marca os 60 anos do GOLPE de 1964, em meio à descobertas e revelações que evidenciam uma nova e fracassada tentativa de Golpe por parte da extrema-direita, no final de 2023. Um golpe que previa até a prisão e o banimento de adversários políticos. Um golpe financiado por alguns empresários, com o apoio de setores das Forças Armadas, de setores religiosos (principalmente neopentecostais) e de grupos políticos da pior espécie. Felizmente, esse Golpe não vingou.   


A URRO! nasceu e cresceu com o DNA da indignação, da qual surgiu o grito que estava além do alerta. Um tipo de rugido que estava na casa do desespero. Passados estes quatro anos de fundação da revista, ainda temos de ficar muito atentos. Os vírus seguem em mutação e à espreita dos primeiros sinais de fraqueza e de baixa imunidade, tanto o vírus do fascismo (propagado pela extrema direita e por políticos aproveitadores de ocasião), quanto os vírus da ignorância, do ódio e do negacionismo que encontra abrigo em incautos pseudopatriotas. Não nos enganemos. Os vermes do fascismo continuam no cio. Viva os URROS. Viva a URRO! e seus colaboradores e leitores. Viva a Democracia.


Preste Atenção: Urrai e Vigiai.        

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