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Editatorial

  • Foto do escritor: URRO
    URRO
  • 21 de jun. de 2022
  • 2 min de leitura

Atualizado: 23 de jun. de 2022

O bizarro desfila ordinariamente



A 11ª edição da URRO! Contragolpe Cultural chega com o mesmo peso que carregamos por ainda convivermos com um genocida no poder. O bizarro desfila tão ordinariamente que a impressão é que sobrevivemos de ponta cabeça girando em meio a escândalos, decretos e notas técnicas delirantes, salpicadas com o sadismo de governantes psicopatas.


O quanto é possível suportar? Um escape à dicotomia que se instaura entre nós é a pré-condição humana de refletir. Fazer uso desta capacidade é tarefa cada vez mais difícil num mundo que se submete ao adestramento ofertado pelo Metaverso - esse mesmo em que hospedamos nossos urros e por única coincidência a nossa URRO.


Correndo os dedos pela tela lisa - e talvez ensebada - do celular, de repente, entramos no círculo vicioso ora entretidos até onde chega o negacionismo, ora acompanhando a onda de cancelamentos, sempre na dicotomia certo e errado, deve ou não deve, faça assim ou faça assado, mas cuspa - a qualquer custo - sua opinião porque ela tempera bem nosso caos social, afetivo, político e desumano. Mas… A vida pulsa e, por vezes, repulsa. Ainda assim é a vida. E os artistas estarão sempre manifestando-a por fidelidade e necessidade.


Nesta edição, trazemos o trabalho do fotógrafo Tiago Macambira, que também assina a capa da edição tão traumática quanto polêmica em seus mais diversos textos e análises. Da mesma forma, todas as criações literárias, poesias e perspectivas sobre a arte e a política da URRO! trazem um pouco, ou muito, das pestes que nos rondam.


Marcel Cheida escancara o Brasil, mostrando todas mentiras que construíram a nossa história e Carlota Cafiero, a partir do pensamento de Antonio Candido, resume bem o que nos move: “não há progresso sem o respeito à dignidade humana, e a arte faz parte da conquista e manutenção dessa dignidade”. A URRO! é a nossa contribuição para a restituição da dignidade humana.



Post scriptum. O jornalista e escritor Roberto Cardinalli, também colunista desse folhetim digital, chega para fazer parte da balbúrdia e do mesão da equipe de editores da URRO!. Ele vai ajudar as espremer as espinhas dessa sociedade que há muito tempo perdeu a bússola e vaga sem rumo pelo tempo e pelo espaço.

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