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Tensão sobre o Tom

  • Foto do escritor: URRO
    URRO
  • 21 de dez. de 2020
  • 2 min de leitura

Atualizado: 23 de jun. de 2022

4 poemas

Por homemberg


1. vivo

2. fim de ano

3. errado

4. rumo sumo fumo



vivo.


brinco com as palavras

tento achar alguém aqui

tento achar alguém

em mim

troco sentidos

e busco reparos

busco a palavra

na palavra

e descubro

meu fundo


pedra lapidada

com murros


busco o fundo

mas começo sempre

pelas beiradas


faca amolada

com sustos


procuro na palavra

o erro

e sempre encontro

a sorte


as palavras vêm do meu intestino

e as encontro deitadas e sufocadas

precisando de reparo


reparo


sou um homem que repara

e as vezes acerto

e as vezes conserto

e as vezes morro

mas quase sempre

vivo.



fim de ano


estou tenso fim de ano parei com as atividades físicas precisava ficar tenso rígido duro atento esperto olhando tudo de olho virado virando tudo o que vinha pensando preciso ser duro com algumas promessas velhas preciso ser rígido e travado e explodir tristeza em arte antes que seja tarde antes que seja tarde arde uma ferida antes que seja sangue tira de mim esse punhado de coisas que precisam sair preciso estar duro e tenso preciso as vezes ser duro pois eu sou muito sentimental meu amor tira de mim essas coisas que precisam sair que precisam voar de mim livres e se tornarem belas a arte são coisas que precisam sair para se tornarem belas de tão feias e aprisionadas que já foram de tão tensas e endurecidas elas precisam escorrer pra fora fim de ano estou tenso e duro



errado.


continuo no caminho

errado

e não faço questão de mudar

nem de pedir ajuda

não quero desviar

não quero ser salvo

desejo apenas continuar

errando

e sei que

uma hora

ou outra

chegarei por fim

a algum lugar

errado


amo todos os lugares errados


e as pessoas erradas


e eu amo o longe


e a miragem


e por favor


não me encontre


sem ser por acaso


quero ser trombado

(esbarrado)


por alguém errado



RUMO

SUMO

FUMO


Um a um

Entre as ideias

E as não ideias


Escolho o Longe


(e meto o pé na estrada suja da vida)


Cacos de poeira

De pedras da Lua

Divididas em fileiras

De energia pra dançar

Farelos de sopa

Em azulejos antigos

Cortados pela navalha

Que fala e aspira

E respira energia

Pra dançar

Mais uma pedrada

E mais uma balada

Canções de Jupiter

Estradas de Sol

Ressaca renovada

Espelhos de gás

Estradas desoladas

Certo e errado

Ou só errado

De tentar ir

E não de perder

O certo é conseguir

E eu não gosto do certo


(O que me faz bem está nos cantos)


Segurei o silêncio no

ombro

E sinto dor nas costas

De vez em quando


Consumo cúmulo

e tento não falar merda

Consumo silêncio

e equilibro

em uma só mão

mas pesa

muito mais

e acaba


Consumo tecido nervoso

e jogo

as palavras na parede


(tentando curar a ressaca)


Costumo

de acostar o encosto

de dormir muito e tenho vontade de não acordar

Resumo

de tentar encurtar o dia

e assumo

no final

que só o sonho sabe a altura

Acordo

e não tenho mais asa nenhuma


(e esfrego o olho e vou atrás de mais alguma coisa qualquer)


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